Tradução portuguesa do livro «Reminiscences of a Stock Operator». Leia online o maior clássico de sempre do investimento em Bolsa. Jesse Lauriston Livermore (26 de Julho de 1877 - 28 de Novembro de 1940) foi um notável investidor americano do início do século XX. Aprenda a investir no mercado de capitais (Bolsa) usando conhecimentos de um dos maiores traders de todos os tempos.

Jesse Livermore
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Reminiscences of a Stock Operator (Português) Pág.9

Toda a gente me ouviu na sala e começou a olhar para nós e a perguntar o que se passava. Embora fosse sabido que a Cosmopolitan não deixava os clientes ficarem mal, nunca se sabia, e uma corrida numa casa de apostas pode começar como uma corrida num banco. Se um cliente fica desconfiado, os outros seguem-no imediatamente. Então, o Tom parecia mal disposto mas chegou ao balcão e marcou os meus sete talões com "Fechado a 103", e empurrou-os na minha direcção. Tinha mesmo uma cara mal disposta.

Digamos que a distância do local do Tom ao caixa não era mais de dois metros e meio. Mas eu não tinha ido ao caixa para obter o meu dinheiro quando Dave Wyman, junto à fita, gritou entusiasticamente: "Cruzes! Sugar, 108!" Mas era tarde demais; então só me ria e virei-me para o Tom, "Desta vez não funcionou, pois não, rapaz?"

Claro, era uma armadilha. Henry Williams e eu estávamos curtos, em conjunto, em seis mil acções da Sugar. Aquela casa de apostas tinha a minha margem e a do Henry, e poderá ter havido muitos mais curtos de Sugar na sala; possivelmente oito ou dez mil acções ao todo. Suponhamos que eles tinham $20.000 em margens da Sugar. Era o suficiente para pagar à casa de apostas o joguinho na New York Stock Exchange e limpar-nos a todos. Nos velhos tempos, quando uma casa de apostas se via cheia com demasiados bull em determinado título era prática comum conseguir que alguma corretora atirasse para baixo o preço desse título o suficiente para limpar todos os clientes que estivessem longos. Isto raramente custava à casa de apostas mais do que uns dois pontos em algumas centenas de acções, e faziam assim milhares de dólares.

Foi o que fez a Cosmopolitan para apanhar-me, ao Henry Williams e aos outros curtos da Sugar. Em Nova Iorque, os corretores deles levantaram o preço para 108. Claro que caiu de novo, mas o Henry e muitos outros ficaram limpos. Nesses tempos, sempre que houvesse uma inexplicável queda aguda que fosse seguida pela recuperação instantânea, os jornais chamavam-lhe manobra de casa de apostas.