Reminiscences of a Stock Operator (Português) Pág.3
Bem, eu mantive o meu pequeno livro de anotações durante talvez seis meses. Em vez de ir embora para casa quando terminava o meu trabalho, apontava rapidamente os números que queria e estudava as alterações, procurando sempre as repetições e paralelismos no comportamento e aprendendo a ler a fita, embora não estivesse consciente disso nessa altura.
Certo dia um dos rapazes do escritório - era mais velho que eu - veio ter ao sítio onde eu almoçava e perguntou-me discretamente se eu tinha algum dinheiro.
"Porque é que queres saber?", disse eu.
"Bem", disse ele, "eu consegui uma óptima dica acerca da Burlington. Vou negociá-la se arranjar alguém que entre comigo."
"E o que queres dizer com negociá-la?", perguntei eu. Para mim, os únicos que negociavam ou podiam negociar com base em dicas eram os clientes velhotes com pipas de massa. Ora, custava centenas e até milhares de dólares só para entrar no jogo. Era como ter um coche privado e um condutor com chapéu de seda.
"É o que quero dizer, negociá-la!", disse ele. "Quanto é que tens?"
"Quanto é que precisas?"
"Bem, eu posso transaccionar cinco acções entrando com $5."
"Como é que vais fazer isso?"
"Vou comprar da Burlington tudo o que a casa de apostas me deixar levar com o dinheiro que lhes dou de margem.", disse ele.
"Vai subir de certeza. É como ir apanhar dinheiro. Vamos dobrar o nosso num abrir e fechar de olhos."
"Espera aí!", disse-lhe eu e tirei para fora o meu pequeno caderno de apontamentos.
Eu não estava interessado em dobrar o meu dinheiro, mas no facto dele ter dito que a Burlington ia subir. Se iria ser assim, o meu caderno devia mostrá-lo. Conferi. Realmente, a Burlington e de acordo com as minhas análises, estava a comportar-se como usualmente fazia antes de subir. Nunca tinha comprado ou vendido nada em toda a minha vida, dado que nunca negociava com os outros rapazes. Mas tudo o que via é que isto era uma grande oportunidade de testar a exactidão do meu trabalho, do meu passatempo. Logo vi que, se os meus registos não funcionassem na prática, não haveria nada na sua teoria que interessasse a alguém. Por isso dei-lhe tudo o que tinha e com os nossos recursos conjugados ele foi a uma casa de apostas ali perto e comprou um pouco da Burlington. Dois dias depois liquidamos de volta. Fiz um lucro de $3.12.
Depois desse primeiro negócio fui especular por minha conta nas casas de apostas. Ia durante a minha hora de almoço comprar ou vender - nunca fazia diferença para mim. Eu estava a transaccionar um sistema e não um título favorito ou opiniões de apoio. Tudo o que sabia era a aritmética daquilo. Aliás, a minha era a forma ideal de operar numa casa de apostas, onde tudo o que faz um negociante é apostar em flutuações à medida que estas são impressas na fita pela máquina.
Certo dia um dos rapazes do escritório - era mais velho que eu - veio ter ao sítio onde eu almoçava e perguntou-me discretamente se eu tinha algum dinheiro.
"Porque é que queres saber?", disse eu.
"Bem", disse ele, "eu consegui uma óptima dica acerca da Burlington. Vou negociá-la se arranjar alguém que entre comigo."
"E o que queres dizer com negociá-la?", perguntei eu. Para mim, os únicos que negociavam ou podiam negociar com base em dicas eram os clientes velhotes com pipas de massa. Ora, custava centenas e até milhares de dólares só para entrar no jogo. Era como ter um coche privado e um condutor com chapéu de seda.
"É o que quero dizer, negociá-la!", disse ele. "Quanto é que tens?"
"Quanto é que precisas?"
"Bem, eu posso transaccionar cinco acções entrando com $5."
"Como é que vais fazer isso?"
"Vou comprar da Burlington tudo o que a casa de apostas me deixar levar com o dinheiro que lhes dou de margem.", disse ele.
"Vai subir de certeza. É como ir apanhar dinheiro. Vamos dobrar o nosso num abrir e fechar de olhos."
"Espera aí!", disse-lhe eu e tirei para fora o meu pequeno caderno de apontamentos.
Eu não estava interessado em dobrar o meu dinheiro, mas no facto dele ter dito que a Burlington ia subir. Se iria ser assim, o meu caderno devia mostrá-lo. Conferi. Realmente, a Burlington e de acordo com as minhas análises, estava a comportar-se como usualmente fazia antes de subir. Nunca tinha comprado ou vendido nada em toda a minha vida, dado que nunca negociava com os outros rapazes. Mas tudo o que via é que isto era uma grande oportunidade de testar a exactidão do meu trabalho, do meu passatempo. Logo vi que, se os meus registos não funcionassem na prática, não haveria nada na sua teoria que interessasse a alguém. Por isso dei-lhe tudo o que tinha e com os nossos recursos conjugados ele foi a uma casa de apostas ali perto e comprou um pouco da Burlington. Dois dias depois liquidamos de volta. Fiz um lucro de $3.12.
Depois desse primeiro negócio fui especular por minha conta nas casas de apostas. Ia durante a minha hora de almoço comprar ou vender - nunca fazia diferença para mim. Eu estava a transaccionar um sistema e não um título favorito ou opiniões de apoio. Tudo o que sabia era a aritmética daquilo. Aliás, a minha era a forma ideal de operar numa casa de apostas, onde tudo o que faz um negociante é apostar em flutuações à medida que estas são impressas na fita pela máquina.
