Tradução portuguesa do livro «Reminiscences of a Stock Operator». Leia online o maior clássico de sempre do investimento em Bolsa. Jesse Lauriston Livermore (26 de Julho de 1877 - 28 de Novembro de 1940) foi um notável investidor americano do início do século XX. Aprenda a investir no mercado de capitais (Bolsa) usando conhecimentos de um dos maiores traders de todos os tempos.

Jesse Livermore
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Reminiscences of a Stock Operator (Português) Pág.7

Quando queríamos liquidar o negócio dirigiamo-nos ao funcionário - o mesmo ou outro, dependia da casa de apostas - e diziamos-lhe isso. Ele tomava o preço mais recente ou, se o título não estivesse activo, esperava pela próxima cotação que saía na fita. Apontava no nosso talão o preço e a hora, validava-o e devolvia-o, e depois iamos ao caixa e levantávamos o dinheiro correspondente. Claro que, quando o mercado ia contra nós e o preço passasse do limite da nossa margem, a posição fechava-se automaticamente e o talão transformava-se em apenas um resto de papel.

Nas casas de apostas mais humildes, onde era permitido às pessoas negociar tão pouco como cinco acções, os talões eram pequenas tiras - cores diferentes para comprar e vender - e, às vezes, como por exemplo em bull market agitados, as casas de apostas eram fortemente penalizadas porque todos os clientes eram bull e acontecia que estavam certos. Nessa altura a casa de apostas deduzia comissões tanto de compra como de venda e se comprássemos um título a 20, o talão dizia 20 1/4. Daí que tínhamos apenas 3/4 de um ponto de espaço para o nosso dinheiro.

Mas, em New England, a Cosmopolitan era a melhor. Tinha milhares de frequentadores e eu penso mesmo que era a única pessoa de quem eles tinham medo. Nem a taxa assassina nem a margem de três pontos que me puseram vieram reduzir significativamente o meu negócio. Continuava a comprar e a vender tanto quanto me deixassem. Às vezes tinha uma linha de 5000 acções.

Bem, no dia em que a coisa aconteceu e que lhe vou contar, eu estava curto em trinta e cinco mil acções da Sugar. Tinha sete talões grandes, cor-de-rosa, para quinhentas acções cada um. A Cosmopolitan usava talões grandes com um espaço em branco onde pudessem apontar margem adicional. É claro que as casas de apostas nunca pedem mais margem. Quanto mais curtos os cordões dos sapatos, melhor para eles, pois o lucro deles reside em ficarmos "limpos". Nas casas mais pequenas, se quiséssemos dar ainda mais margem ao nosso negócio, eles fazíam-nos um novo talão, de forma a que pudessem cobrar-nos as comissões de compra e dar-nos apenas um espaço de 3/4 de ponto em cada ponto de declínio, pois deduziram a comissão de venda também exactamente como se fosse um novo negócio.

Bem, recordo que nesse dia tinha mais de $10.000 em margens. Tinha apenas vinte anos quando acumulei dez mil dólares em numerário. Você devia ter ouvido a minha mãe. Pensaria que dez mil dólares em numerário era mais do que alguém pudesse levar excepto o velho John D., e ela dizia-me para me considerar satisfeito e meter-me em algum negócio normal. Passei um tempo duro para a convencer de que eu não estava no jogo, mas a fazer dinheiro por análise. Mas tudo o que ela via era que dez mil dólares era muito dinheiro, e tudo o que eu via era mais margem.

Tinha feito venda curta das minhas 3500 acções da Sugar a 105 1/4. Havia outro colega na sala, Henry Williams, que estava curto em 2500 acções. Eu costumava sentar-me junto à máquina e avisar as cotações ao rapaz do quadro. O preço comportou-se como eu pensei que iria. Prontamente desceu dois pontos e parou um pouco para obter fôlego antes de tomar outra queda. O mercado geral estava bastante suave e tudo parecia prometedor.